Djokovic já recusou oferta de R$ 1.1 milhão para entregar um jogo

Em meio aos casos de manipulação no futebol brasileiro, vamos lembrar um episódio vivido pelo tenista Novak Djokovic. Para que você tenha uma ideia, os criminosos no meio das apostas já ousaram em oferecer U$ 200 mil (cerca de R$ 1.1 milhão atualmente) para o sérvio entregar um jogo, e assim gerar lucros exorbitantes à máfia.

Quem contou a história foi o próprio Djokovic. E segundo ele, o episódio ocorreu em 2016. O relato foi de uma proposta de US$ 200 mil para perder um jogo de tênis no ATP de São Petersburgo. O sérvio, na ocasião, decidiu nem disputar o torneio.

“Eu não me aproximei diretamente. Fui abordado por pessoas que trabalhavam comigo na época. É claro que recusamos imediatamente. Isso nem chegou a mim. O cara que estava tentando falar comigo não falou diretamente. Isso fez com que eu me sentisse mal porque não quero estar ligado a esse tipo de coisa. Alguém pode chamar isso de oportunidade, mas para mim é um ato de antidesportividade, um crime no esporte. Eu não apoio isso, acho que não há lugar para isso em qualquer esporte, especialmente no tênis”, disse Djokovic em entrevista ao jornal inglês The Guardian.

Cabe lembrar que no ano de 2006, Djokovic tinha outro peso no circuito. Ele terminou a temporada sendo o número 16 do Mundo. Seu primeiro Grand Slam foi em 2018. Antes disso, ele tinha frequência em torneios de menores premiações.

Em 2006, o terceiro do Mundo era o russo NIkolay Davydenko. O tenista russo passou parte da carreira sofrendo com acusações de manipulação de resultados.

O caso mais famoso de Davydenko é um contra  o argentino Martin Vassalo Arguello, em agosto de 2007, em torneio em Sopot, na Polônia.

Davydenko era o quarto do ranking na ocasião, e Vassalo o 87º. Após vencer o primeiro set por 6/2 e perder o segundo por 6/3, o russo abandonou o confronto, e assim fez com que várias casas de apostas pagassem a vitória do argentino. 

O que levantou a suspeita do mercado foi que casa de apostas italiana apresentou altos valores na vitória de Arguello, que era improvável, e o caso veio a público em 2008. Entretanto, os dois jogadores foram inocentados pela ATP. Segundo a investigação dos veículos ingleses, o argentino teria trocado 82 mensagens de texto com os apostadores italianos.

“Alguém pode chamar isso de uma oportunidade. Para mim é uma conduta não esportiva, é um crime no esporte, honestamente. Acho que não há espaço para isso em esporte algum, especialmente no tênis. Fui ensinado e sempre cercado de pessoas que cultivaram e respeitaram os valores esportivos. Esta é a forma como cresci. Felizmente, para mim, eu não precisei me envolver diretamente nestas situações”, disse Djokovic.